Adultos

Lição 10 - A Ceia do Senhor — A segunda ordenança da Igreja III

ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O CORPO DE CRISTO - origem, natureza e vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA: José Gonçalves

COMENTÁRIO: EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS

LIÇÃO Nº 10 – A SEGUNDA ORDENANÇA DA IGREJA: A CEIA DO SENHOR

Texto: 1 Coríntios 11.17-34

Introdução: A Ceia do Senhor, como uma ordenança, celebra a comunhão do crente com o Senhor ressuscitado.

I - A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO CRISTÃ

1. Na tradição romana

1.1. A doutrina da transubstanciação romanista

a. O romanismo compreende de forma literal as expressões ditas por Jesus em referência aos elementos da Ceia do Senhor:

“isto é o meu corpo” (Lc 22.19)

“Este cálice é [...] (Lc 22.20)

“meu sangue” (Lc 22.20)

1.2. Segundo esse entendimento, durante o cerimonial os elementos da Ceia se convertem no corpo e no sangue de Cristo

a. Esse ensino é conhecido como transubstanciação

1.3. Há pelo menos dois problemas com essa interpretação

a. O primeiro de natureza lógica, pois quando Jesus celebrou a última Páscoa, Ele estava presente e, portanto, não poderia estar fisicamente no pão e muito menos no cálice, já que fisicamente ele se encontrava lá

b. Por outro lado, entender essas palavras de forma literal e, não como metáforas, cria problemas de natureza exegética

c. Jesus disse, por exemplo, que ele era a porta (Jo 10.9)

. Evidentemente, Ele não se referia a uma porta literal

2. Na tradição protestante (a consubstanciação)

2.1. A tradição luterana diverge da católica quando nega que os elementos da Ceia, o pão e o vinho, se tornem ou se convertam no corpo e no sangue de Cristo

2.2. A tradição luterana afirma que o corpo físico de Jesus está presente no pão da Ceia

a. Esse entendimento luterano é denominado de consubstanciação.

2.3. Lutero não conseguiu se desvencilhar por completo da tradição católica quando dá uma versão modificada da sua antiga crença

3. A posição pentecostal

3.1. A tradição pentecostal entende que o pão e o vinho não se convertem fisicamente no corpo de Jesus nem tampouco Jesus está presente fisicamente neles

a. Assim, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus

b. Contudo, Jesus se faz presente espiritualmente nos símbolos da Ceia (Mt 18.20)

3.2. Também enfatizamos o aspecto memorial na celebração da Ceia do Senhor

a. Nesse sentido, a Ceia do Senhor é para quem está em comunhão, e não para dar comunhão

II - O PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR

1. Celebrar a expiação de Cristo

1.1. Paulo destacou como propósito dessa celebração “anunciar a morte do Senhor” (1Co 11.26)

a. Nesse caso, a Ceia do Senhor aponta para o Calvário

b. Ela celebra a vitória de Cristo na cruz sobre o pecado, a morte e o Diabo (Hb 2.14,15)

. Por intermédio da morte de Cristo na cruz, fomos justificados e reconciliados com Deus (2Co 5.21)

1.2. Portanto, na Ceia do Senhor celebramos a vitória de Jesus na cruz, que também é a nossa vitória (Ap 12.11)

2. Proclamar a segunda vinda de Cristo

2.1. A Ceia do Senhor proclama a sua segunda vinda (1Co 11.26)

a. Quando essa bendita esperança é perdida, a igreja se seculariza

2.2. Na Ceia do Senhor, a Igreja mantém:

a. Um olhar no passado, quando contempla a vitória de Jesus na cruz

b. Um olhar no futuro, esperando e ansiando por sua Segunda Vinda

2.3. Ao contemplar o retorno de Cristo, a Igreja lembra que a sua pátria não é aqui (Fp 3.20,21)

3. Celebrar a comunhão cristã

3.1. Uma das razões que levou o apóstolo Paulo a escrever a sua Primeira Carta aos Coríntios estava relacionada à questão de divisões entre os irmãos daquela igreja (1Co 1.11)

3.2. Esse problema também estava presente também durante a celebração da Ceia do Senhor

a. Paulo os reprova por isso (1Co 11.17)

b. O clima fraterno e de comunhão deixara de existir (At 2.42; 1Jo 1.7)

. Alguns não esperavam pelos outros para celebrarem a Ceia juntos (1Co 11.21)

3.3. A celebração da Ceia do Senhor perde todo o seu sentido, quando:

a. Há o espírito de divisão

b. Há litígios e intrigas entre os crentes

III - O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

1. O que é participar “indignamente”?

1.1. Paulo advertiu sobre o perigo de participar da Ceia indignamente (1Co 11.27)

a. O termo português “indignamente” é a tradução do advérbio grego anaxiós.

. Um advérbio indica a maneira como se faz uma coisa enquanto um adjetivo indica o seu estado

1.2. Nesse sentido, esse advérbio modifica o verbo comer e está relacionado ao modo ou maneira como os coríntios estavam comendo a Ceia do Senhor:

a. De maneira desordenada, quando não esperavam um pelos outros

b. De maneira indisciplinada, quando comiam mais do que os outros

c. De maneira irreverente quando se embriagavam (1Co 11.18,21,22)

2. Uma celebração reverente

2.1. Se em lugar de um advérbio, que indica modo ou maneira, Paulo tivesse usado um adjetivo, que indica estado, qualidade ou natureza, então ninguém poderia participar da Ceia, pelo fato de que ninguém é digno (1Co 11.27)

a. É verdade que não participamos da Ceia porque somos dignos, mas pela graça de Deus

b. Contudo, ninguém seja tentado em pensar que, pelo fato de ser um pecador alcançado pela graça, pode participar da Ceia vivendo deliberadamente em pecado

. Se a simples maneira irreverente de celebrar a Ceia atrai o juízo divino, o que dizer então de quem participa com pecados não confessados?

. Pecado não confessado atrai o juízo divino

3. Celebração festiva

3.1. A Ceia celebra o Cristo que morreu, mas que ressuscitou (1Co 15.1-4)

3.2. Deve, portanto, ser uma celebração reverente, contudo, festiva (1Co 5.7-8)

Conclusão: Nesta lição, sob diferentes perspectivas, vimos alguns aspectos que revelam o sentido e propósito da Ceia do Senhor. Não é um sacramento, que de forma mágica concede graça aos que dela participam nem tampouco uma vacina para dar comunhão a quem não tem. Na verdade, o direito de celebrar essa importante ordenança é o resultado da graça que foi concedida a cada crente. É necessário ter esse discernimento quando se participa desse rito cristão. Trata, pois, de um ato que não pode ser celebrado de qualquer jeito ou maneira, nem tampouco por quem vive deliberadamente em pecado.

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