Adultos

Lição 4 - Uma Igreja cheia do Espírito Santo V

ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - GUARULHOS

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições

COMENTARISTA: José Gonçalves

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 4 – UMA IGREJA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO

Nesta lição iremos conhecer a pneumatologia, a doutrina do Espírito Santo; apontaremos algumas características de uma igreja cheia do poder de Deus e que devem ser copiadas; ainda ressaltaremos sobre o que acontece numa igreja onde nela é manifesto o poder de Deus.

I – PNEUMATOLOGIA: A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

De acordo com Gilberto (2008, p. 173), Pneumatologia é a doutrina do Espírito Santo quanto a sua deidade, seus atributos, obras e operações. O termo vem de pneuma do grego “ar”, “o vento”, cognato do verbo pnéo, “respirar”, “soprar”, “inspirar”. Pneuma do hebraico ruach diz respeito ao Espírito de Deus, a terceira Pessoa da Trindade. Para a igreja, a doutrina do Espírito Santo é prioritária e indispensável. Analisemos o porquê:

1.1 A divindade do Espírito Santo e seus atributos. De acordo com Geisler (2010, p. 1141), “o Espirito Santo é chamado “Deus” ou “Senhor” (At 5.3,4), “Espírito de Deus” (1Co 3.16), “Senhor” (1Co 12.4-6) e “Espírito eterno” (Hb 9.14)”, trazendo referências do Novo Testamento. Barreto (2024, pp. 61,65,66,68) atesta que podemos conhecer o Espírito Santo já nos “bastidores do Antigo Testamento”, havendo aproximadamente cem referências ao Espírito de Deus (Gn 1.1,2; Gn 2.7; Ex 31.3; Jó 26.13; Sl 33.6,9; Sl 104.30 entre outras), onde podemos perceber as Suas ações. Quando observamos a atuação do Espírito Santo, podemos perceber que atributos exclusivos da divindade estão nEle, tais como os descritos por Gilberto (2008, p.176):

(1) Onipotência. O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas (Sl 104.30). É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16; At 1.8).

(2) Onisciência. O Espírito Santo sabe e conhece todas as coisas (1Co 2.10,11).

(3) Onipresença. O Espírito Santo está presente em todo lugar (Sl 139.7-10; 1Co 2.10).

(4) Eternidade. Ele é infinito em existência; sem princípio; sem fim; sem limitação de tempo (Hb 9.14). Ele estava presente no princípio, quando todas as coisas foram criadas (Gn 1.1,2).

1.2 A personalidade do Espírito Santo. “O Espírito Santo é uma pessoa divina, um ser inteligente e atuante mesmo antes da eternidade (Hb 9.14). Quando nos referimos a uma pessoa, dizemos assim por que cremos e ensinamos que o Espírito Santo possui uma personalidade. A Bíblia revela todos os elementos constitutivos da personalidade do Espírito Santo, como: intelecto (Rm 8.27; 1Co 2.10,11), emoção (Ef 4.30) e vontade (At 16.6,7; 1Co 12.11)” (Barreto, 2024, pp. 69,70). Gilberto (2008, pp. 174,175) afirma que “o Espirito de Deus não é tão-somente uma influência, um poder, uma energia, uma unção — como os heréticos concluem por si e assim ensinam —, mas uma Pessoa divina e real”.

1.3 Atos e operações do Espírito Santo no livro de Atos. Quanto aos atos e operações do Espírito Santo no livro de Atos, como o Paracleto divino prometido pelo Pai, a “palavra grega parakletos, do verbo parakaleo, “chamar para o lado, com a finalidade de ajudar, exortar, consolar, encorajar” (Wycliffe, 2007, p. 1463), está claro em diversos versículos:

II – UMA IGREJA COM CARACTERÍSTICAS QUE DEVEM SER COPIADAS

De acordo com Wiersbe (2008, pp. 309,310), o capítulo 4 do livro de Atos é o início da perseguição à igreja, uma vez que os saduceus não criam na ressurreição e opunham-se à pregação de Pedro, ao mesmo tempo em que os fariseus odiavam Jesus, porque ele os condenara (Mt 23). Começa então a perseguição que Cristo havia alertado os apóstolos, conforme João 15.18 – 16.4. Ao analisar a igreja em Jerusalém diante do cenário de perseguição, podemos perceber algumas características dessa igreja e que devem ser observadas e copiadas pelos crentes dos tempos hodiernos. Vejamos:

2.1 Prioridade na obediência a Deus. Ao serem presos (At 4.3), Pedro e João foram inquiridos pelas principais autoridades (At 4.5-7), sendo questionados sobre com qual poder ou em nome de quem realizaram o milagre na vida do coxo. “Pedro, cheio do Espírito Santo” (At 4.8), faz uma defesa incontestável sobre a pessoa de Cristo. Como não tinham com o quê os acusar, “chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus. Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido” (At 4.18-20). A obediência a Deus é a chave para sermos vitoriosos na caminhada cristã (Dt 5.29; Js 1.8; 1Sm 15.22; Mt 5.19; At 5.29).

2.2 Confiança em Deus. Após serem soltos, Pedro e João retornaram a presença dos demais discípulos, pois o texto sagrado diz: “E, soltos eles, foram para os seus e contaram tudo o que lhes disseram os principais dos sacerdotes e os anciãos. E, ouvindo eles isto, unânimes levantaram a voz a Deus [...]” (At 4.23,24). A elevação da voz em oração a Deus simboliza não apenas uma reverência ao Senhor, mas acima de tudo, um ato de confiança na proteção divina. Essa atitude nos ensina que em momentos de adversidade, a igreja deve se unir em oração e confiar no socorro do céu (Sl 46.1).

2.3 Crer na soberania de Deus. Ao declararem que “levantaram-se os reis da terra, e os príncipes se ajuntaram à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido. [...] o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, [...], para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” (At 4.26-28), os discípulos estão expressando que tinha a convicção de que todas as ações contra eles, por mais malignas que fossem, eram o cumprimento do plano de Deus para algo maior (Gn 50.20; Sl 76.10; Is 28.29; Is 53.10; At 2.23). Segundo Henry (2008, p. 42), “a mão de Deus, que aponta corretamente para seu poder executivo, aqui é colocada no lugar do seu propósito e decreto, porque com Ele dizer e fazer não são duas coisas distintas, como é conosco. A sua mão e o seu conselho sempre concordam, “pois tudo o que o Senhor quis, ele o fez” (SI 135.6)”.

III – UMA IGREJA QUE MANIFESTA O PODER DE DEUS

3.1 Prega a Palavra com ousadia e coragem. Diante da perseguição que estavam enfrentando, a igreja em Jerusalém não desfaleceu, muito pelo contrário, pedia ao Senhor, dizendo: “Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que falem com toda a ousadia a tua palavra” (At 4.29). “Eles oraram por ousadia, e Deus respondeu ao enchê-los com o Espírito” (Wiersbe, 2008, p. 311). De igual forma, a igreja de hoje deve rogar ao Senhor para que haja um revestimento de coragem, ousadia e autoridade na proclamação do Evangelho, mesmo diante das perseguições.

3.2 Há manifestação de sinais e prodígios. Na continuidade da oração, os discípulos pediram para que Deus estendesse “a mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus” (At 4.30). Henry (2008, p. 43 – acréscimo nosso) afirma que “a resposta graciosa que Deus deu a oração que os apóstolos e os seus fizeram – [foi uma] resposta dada não em palavras, mas em poder”. O livro de Atos registra inúmeras operações sobrenaturais da parte de Deus, demonstrando o Seu poder e confirmando a pregação da Palavra através dos sinais e prodígios (At 5.5,12,15,16,19; At 8.6,7,13; At 9.17,18,34,40; At 12.6-10; At 13.11; At 14.3; At 16.25,26; At 19.11,12; At 20.10-12; At 28.5,8,9).

3.3 Experimenta o verdadeiro avivamento. Na igreja em Jerusalém “... tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo” (At 4.31), demonstrando a ação do movimento do Espírito Santo. Gonçalves (2025, p. 55) aponta que “em alguns círculos pentecostais, o avivamento é entendido quase que como sendo o sinônimo de “movimento”. Geralmente, o que se tem em mente quando se fala de um derramamento do Espírito é a imagem de um ambiente carregado de emoções. É bem verdade que há em todo avivamento um “movimento” sagrado do Espírito e que, sem dúvida, as emoções não estão fora dele. O próprio Espírito é movimento: “O vento sopra onde quer” (Jo 3.8 - NAA). Deve-se ser observado, contudo, que um avivamento não se resume a um “movimento” nem tampouco pode ser confundido com mero emocionalismo. Quando o fogo de um avivamento resume-se a experiências sensoriais, marcadas apenas pela presença de demonstrações físicas sem, contudo, apontar nenhuma mudança interior ou de caráter, ele está fadado ao fracasso”.

CONCLUSÃO

A igreja que estava em Jerusalém foi cheia do poder de Deus e um exemplo de como se comportar em tempos de perseguição. A ousadia na pregação do Evangelho, fruto da atuação do Espírito Santo e a manifestação de sinais e prodígios os fizeram viver o verdadeiro avivamento, mesmo diante de um cenário adverso.

REFERÊNCIAS

• GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém. Doutrina, Comunhão e Fé: A Base para o Crescimento da Igreja em meio às Perseguições. CPAD

• BARRETO, Alessandro. Protopentecostes: Ações do Espírito Santo no Antigo Testamento. Editora Bereia.

• GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.

• GILBERTO, Antônio et. al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD

• PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.

• HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Matthew Henry – Vol. 6. CPAD

• WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Novo Testamento. Geográfica Editora.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 20 de Jul de 2025

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