ASSEMBLEIA DE DEUS DE MOEMA - MINISTÉRIO DO BELÉM - Setor 124 / SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2025
Juvenis: Andando em amor
COMENTARISTA: THAÍS DE PAULA MARTINS
COMENTÁRIO: PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA

LIÇÃO Nº 10 - O AMOR NÃO GUARDA RESSENTIMENTO
O ressentimento é a nossa resistência ao ato de perdoar, a recusa em livrar o próximo da culpa por nos causar danos emocionais. De acordo com a Equipe de Significados, o “ressentimento é o sentimento que se caracteriza pela existência de mágoas, rancores ou angústias que se formam como consequência de uma ofensa”. É o sentimento anteposto pelo prefixo “-re” que caracteriza repetição, a frequência incessante deste sentimento: “sentir de novo ou sentir repetidamente as emoções negativas que foram provocadas a partir de uma atitude que foi mal-recebida pela pessoa ressentida.” A pessoa teima em ficar retomando um sentimento de algo que já passou, ao invés de olhar adiante, concentrando-se no passado.
O ressentido exprime a sua relutância em perdoar, coloca obstáculos para isentar a culpa, mesmo que esteja sofrendo e sentindo “na própria pele” as consequências deste desconsolo. O trauma paralisa, as sensações de ódio vão se avolumando, bem como os desejos de vingança, as sensações acentuadas de tristeza e de raiva. O magoado, na maioria das vezes, sente-se impedido de conversar, falar com a outra pessoa que lhe infringiu ofensas. Ele tem uma ferida aberta, um sentimento de pesar. O rancor, por sua vez, surge quando a tristeza é mesclada por uma raiva que foi provocada por alguém. Daí surge este mal, uma agressividade que é dirigida a quem incitou o sentimento da raiva. Alguns imaginam que o rancor só irá passar se houver reação do prejudicado; caso contrário, terá efeito inverso, fazendo o ofendido sentir raiva de si mesmo.
Nas circunstâncias caracterizadas pelo ressentimento, há pensamentos e planos para a execução de uma vingança que não se tem coragem de realizar, além de não conseguir criar artifícios para afastar-se da mágoa que incomoda todo o tempo.
Geralmente, a pessoa magoada permite que o ressentimento se acentue cada vez mais, enquanto permanecer em estado de passividade diante do rancor, pois dificilmente procurará travar um diálogo com o ofensor e resolver a questão. Enquanto não reagir, não questionar o outro e resolver as pendências, estará sujeita às contrariedades que a situação lhe provocou, a dores que a paralisarão internamente. Por isto as Escrituras nos recomendam a “guardar o nosso coração, porque dele procedem as saídas da vida.” (Pv 4.23)
Enquanto estiver ressentida, a pessoa está gritando internamente. Para Cruz (2022), “há gritos que remetem ao enfrentamento do vazio real do corpo, que sente a dor ampla de algo que invade seus pensamentos e lhe paralisa.” Isto também acontece quando se pensa que o ofensor é muito mais forte, mais poderoso, mais convincente que o ofendido que termina se calando e sentindo um vazio em si mesmo.
Todos nós nos depararmos com a impossibilidade. O que fazer diante disso? Uma chance possível é culpar alguém pelo que não foi possível realizar, e, aí, entrar no ressentimento porque essa pessoa te privou das coisas boas da vida. Será? Talvez seja preciso consentir que outro não te deve nada [...] A cultura de perdão e reconciliação me parece um imperativo moral de fazer tudo ficar bem, restaurar a harmonia e a felicidade nas relações. Parece-me mais uma utopia que uma realidade, porque as relações são feitas de diferenças e, portanto, de desencontros e decepções. O ser humano tem amor e raiva, aceitação e indignação. (Laura Maria, 2024)
Guardar ressentimento é como manter uma caixa de arquivo morto repleta de memórias e emoções negativas. Em muitos casos, nestas caixinhas/pastas, predominam o arrependimento e a vingança. No entanto, é preciso atentar para fatos que são irreversíveis, pois os sentimentos trazem consigo as dores na alma e dores no corpo também, dores conscientes e inconscientes. Somos seres que sentem contrariedade: raiva, amor, ódio, agressividade, alegria, uma enorme tristeza, ambição, generosidade, vaidade, inveja e compaixão. A diferença está na forma como lidamos com estes sentimentos. A dor do ressentimento é uma das chaves para o adoecimento, para o surgimento de doenças causadas pela dor no corpo e efeitos da dor na alma: “A esperança adiada desfalece o coração, mas o desejo atendido é árvore de vida.” (Pv 13.12)
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA
