ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025
Jovens: O VERDADEIRO EVANGELHO
COMENTARISTA: Alexandre Coelho
COMENTÁRIO: PB. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA
LIÇÃO 5 - ADVERTÊNCIA CONTRA O LEGALISMO
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
O CASO DE ANTIOQUIA
Essa é uma das passagens mais constrangedoras da Bíblia e uma das mais polêmicas dessa carta. Vemos aqui Pedro e Paulo, os dois maiores líderes da igreja, num profundo conflito. O livro de Atos destaca de forma singular a liderança desses dois homens. A primeira parte de Atos concentra-se na liderança de Pedro, e a segunda parte do livro enfatiza a liderança de Paulo. A Pedro foi confiado o apostolado da circuncisão, e a Paulo o da incircuncisão, ou seja, Pedro direcionou seu ministério aos judeus e Paulo aos gentios.
O problema em questão vai muito além de questões pastorais. O fato que ocorreu em Antioquia descreve algo lamentável na história da Igreja, que envolveu dois grandes apóstolos que foram chamados pelo Senhor para realizar obras específicas.
A atitude de Pedro e dos demais judeus é chamada por Paulo de dissimulação. O termo grego sunupekrithesan significa hipocrisia. Explicam que o significado básico da palavra é "responder de baixo", em referência aos atores que falavam por detrás de máscaras. A palavra indica o ocultamento do caráter sob pretensos sentimentos. Um indivíduo hipócrita é aquele que age como um ator, representando um papel diferente da sua vida real.
Pedro cedeu à pressão de um grupo específico, e tomou parte de algo que o distanciou da centralidade do Evangelho. Esse grupo buscava desmerecer os gentios e a obra que estava sendo feita entre eles, com vista em levantar a bandeira dos judaizantes, na qual não conferia com verdade do Evangelho.
Ele se afastou da mesa dos crentes gentios não governado por algum princípio teológico, mas por medo covarde de um pequeno grupo. Na verdade Pedro fez em Antioquia exatamente o que Paulo se recusou a fazer em Jerusalém, isto é, ceder diante da pressão. [...] Ele continuou crendo no evangelho, mas falhou na sua prática. Ele contradisse o evangelho com sua atitude, porque lhe faltou coragem nas convicções.
DOIS APÓSTOLOS EM CONFLITO
Precisamos estar atentos para o fato de que, se a vida do líder é a vida da sua liderança, os pecados do líder são os mestres do pecado. Os pecados do líder são mais graves, mais hipócritas e mais danosos do que o pecado das demais pessoas. São mais graves porque o líder peca com maior conhecimento; são mais hipócritas porque o líder condena o pecado dos outros, mas pratica os mesmos pecados que condena; são mais danosos porque, quando o líder tropeça, mais pessoas são influenciadas por seu fracasso.
A atitude de Pedro foi contrária ao que ele aprendeu com Cristo. Pedro agiu por pressão, e cedeu às investidas dos intitulados "os da parte de Tiago". As suas ações depões muito contra sua liderança, pois temeu vincular sua imagem aos gentios, sendo que esse afastamento gritou mais alto que qualquer outra coisa.
A motivação de Pedro para agir de forma inconsistente foi o medo de um grupo radical de judeus que haviam descido de Jerusalém. Possivelmente esse grupo não representava Tiago nem era comissionado por ele, uma vez que Tiago, líder da igreja de Jerusalém, se posicionara contra essa prática no Concílio de Jerusalém (At 15.24). O fato é que esses embaixadores da circuncisão se apresentaram como delegados apostólicos (At 1 5. 1).
Por este motivo, Paulo repreendeu a Pedro publicamente. Ele o alertou de seu abandono do real sentido do Evangelho, simplesmente por agir atendendo as pressões de um pequeno grupo que desejava tomar a dianteira de todas as ações.
O comportamento de Pedro em Antioquia teria um desdobramento devastador na igreja se o apóstolo Paulo não o tivesse repreendido. O que na verdade Pedro fez? Ele se apartou dos crentes gentios mesmo depois de ter-se unido a eles em suas refeições. Pedro rompeu a comunhão com aqueles que outrora considerava irmãos. Ele abandonou aqueles que inicialmente havia acolhido. A unidade espiritual da igreja estava sendo atacada em suas raízes. O muro que já havia sido derrubado pelo sangue de Cristo estava sendo reerguido pelo preconceito judaico.
ESTOU CRUCIFICADO COM CRISTO
Somos salvos pela fé em Cristo (ele morreu por nós) e vivemos pela fé em Cristo (ele vive em nós). Paulo não vivia mediante a sua própria vida; era animado pelo poder secreto de Cristo. Assim como a alma energiza o corpo, também Cristo trazia vida a seus membros. Os crentes vivem fora de si mesmos; eles vivem em Cristo.
Nossa fé não deve estar baseada em nada que nos afasta da centralidade do Evangelho. Foi Cristo quem morreu por nós, e por isso somente dEle vem a nossa salvação. Não cabe imaginar ceder às pressões desse século para tentarmos adaptar a mensagem que deve ser pregada, pois não somos mais participantes desse mundo.
Cristo vive em nós de duas maneiras: uma consiste em governar-nos por meio de seu Espírito e dirigir todas as nossas ações; a outra, em tornar- nos participantes de sua justiça, de modo que, embora nada possamos fazer por nós mesmos, somos aceitos aos olhos de Deus.
A primeira, se relaciona à regeneração; a segunda, à justificação pela graça.
Essa vida em Cristo consiste em fé, e isso implica que ela é um segredo oculto dos sentidos humanos. A vida, pois, que obtemos pela fé, não é visível aos olhos, mas é percebida interiormente, na consciência, pelo poder do Espírito. [...] Por amor, diz Paulo: "Cristo se entregou por mim". A expiação tem sua fonte no amor de Cristo. Ele morreu por nós por amor. "Por mim" é muito enfático. Não é suficiente contemplar a Cristo como aquele que morreu pela salvação do mundo, se não experimentarmos as consequências dessa morte e não formos capacitados a reivindicá-la como a sua própria morte.
O que Paulo fez ao repreender a Pedro foi destacar que a Lei passou, e não tem o poder de acrescentar em nada à obra perfeita da cruz. Cristo é suficiente! O Seu sangue é suficiente!
Não precisamos acrescentar nada mais àquilo que já está pleno e completo.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PB. ANTONIO VITOR LIMA BORBA