ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2022
Adultos - OS VALORES DO REINO DE DEUS: a relevância do sermão do monte para a Igreja de Cristo
COMENTARISTA: OSIEL GOMES DA SILVA
COMENTÁRIO: PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
LIÇÃO Nº 9 – ORANDO E JEJUANDO COMO JESUS ENSINOU
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do sermão do monte, analisaremos os ensinos do Senhor a respeito da oração e do jejum.
- O discípulo de Cristo deve Se relacionar com Deus em intimidade
I – O RELACIONAMENTO DO DISCÍPULO DE JESUS COM DEUS
- Depois de ter mostrado que o discípulo de Cristo deve se conduzir conforme a verdade, tendo dado como exemplo disto a prática da esmola, que nos mostra, a um só tempo, como devemos agir se amamos a Deus e ao próximo, Jesus irá Se debruçar sobre o relacionamento do Seu discípulo com o Senhor.
- Ainda fazendo um contraste entre a religiosidade farisaica, tida como “exemplar” pelos filhos de Israel nos Seus dias, e o que efetivamente Deus esperava do Seu povo, Cristo vai tratar da oração e do jejum duas práticas que o homem deve ter em relação ao seu Criador.
- Jesus, no bojo de Seu ensino a respeito da vida espiritual, após ter tratado da esmola, passa a falar a respeito da oração, combatendo a oração dos hipócritas, que faziam questão de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens e, diante desta exibição, serem tidos como os santos (Mt.6:5). Era este o comportamento dos fariseus, tanto que a palavra “fariseu”, em aramaico, significa “os separados”, “os santos”. A oração era uma forma de o fariseu se apresentar, seja na sinagoga, seja na sociedade, como um “receptáculo de santidade”, como um “homem santo”.
- Jesus, de pronto, ao mostrar aos discípulos o significado da oração, quis afastar a ideia então existente de que a oração era um “atestado de santidade”, uma “demonstração de superioridade espiritual”. Nos dias hodiernos, não é, infelizmente, diferente o quadro que se encontra nas igrejas locais, onde muitos “orantes” fazem questão de ostentar esta condição para se apresentarem como “mais santos”, “mais consagrados”. Fujamos deste comportamento, que é considerado pelo Senhor Jesus, que é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb.13:8), como manifestação de hipocrisia.
- A oração não pode ser feita como “exibição de santidade”. Se orarmos para que os homens nos vejam como “santos”, já teremos recebido nosso galardão diante deste louvor humano, o que é uma completa inutilidade. Se orar é comunicar-se com Deus, se orar é pedir o favor do Senhor, entrar em contato com Ele, de que serve orar para ser exaltado e enaltecido pelos homens? Infelizmente, muitos preferem ser considerados pelos homens do que ser justificado por Deus, como nos dá conta o próprio Senhor Jesus na parábola do fariseu e do publicano (Lc.18:9-14).
- Ao contrário do que faziam os fariseus, tidos, na época de Jesus, como os “perfeitos orantes”, o Senhor nos ensinou que devemos orar na intimidade com Deus, sem qualquer exibição pública, entrando no aposento, fechando a porta e orando ao Pai que está em oculto e, ante este segredo, o Pai, que vê secretamente, recompensará o orante (Mt.6:6).
- Jesus não estava dizendo que orar em público era errado e não deveria ser feito, até porque Jesus orava em público (Lc.10:21,22; Jo.11:41,42; 17) e, como não era fariseu, não ensinava algo que não praticava (Mt.7:29; 23:3; At.1:1). Jesus apenas ensinou os discípulos que a oração era um diálogo com Deus, algo que deveria indicar a intimidade entre o orante e o Senhor, não algo que fosse utilizado como motivo de exibição diante dos homens.
- O ensino de Jesus contrariava, deste modo, tudo quanto os Seus discípulos viam como modelo de santidade e de religiosidade no seu tempo. Isto naturalmente os deixou perplexos, já que o que tinham visto e reconhecido como comportamento de oração havia sido totalmente repudiado pelo Senhor.
- Como se não bastasse isso, o Senhor Jesus, ainda, disse a eles que não deveriam, também, orar mediante “vãs repetições”, o que era uma característica das orações feitas pelos gentios, nos vários rituais e cerimônias das religiões daquele tempo, em especial as práticas que tinham se originado do hinduísmo e do budismo, com seus conhecidos “mantras”, palavras, sílabas ou poemas religiosos que são repetidos seguidamente com o fim de se obter, através desta repetição, um benefício espiritual (Mt.6:7).
- Esta “vã repetição”, que é feita mediante uma concentração mental, muitas vezes sem qualquer compreensão, visto que, os “mantras”, normalmente, são compostos em “línguas sagradas”, muitas delas “línguas mortas”, que não são mais faladas e que são incompreensíveis aos que as repetem (como é o caso do sânscrito, a língua sagrada do hinduísmo e do budismo), nada tem que ver com o sentido e significado da oração, que é um diálogo entre Deus e o homem, diálogo que, logicamente, pressupõe a compreensão do que se fala, pois, caso contrário, nem de comunicação se estará a falar.
- Esta “vã repetição” em vez de nos dar a ideia de um relacionamento pessoal entre Deus e o homem, de um encontro entre Deus e o homem, apenas se apresenta como uma “forma de manipulação da Divindade”, como uma “fórmula mágica”, como “o domínio de forças ocultas”, o que é completamente contrário à realidade espiritual da soberania divina e da pequenez do homem (Sl.9:20).
- No entanto, o que se vê, os dias hodiernos, é que os “mantras”, as “vãs repetições” têm se tornado cada vez mais frequentes na religiosidade humana. A Nova Era, que “popularizou” as práticas hinduístas e budistas, fez com que o Ocidente abraçasse, seja mediante a difusão de seitas orientais, seja mediante o esoterismo, o uso de “mantras”, inclusive com “finalidades terapêuticas”, como se vê, v.g., no ioga.
OBS: “…O hinduísmo é um sistema de obras — coisas que a pessoa precisa fazer para atingir o moksha, que é o paraíso hindu. Ele envolve a prática de yoga, cuja finalidade, contrariamente ao que muitos ouviram falar, jamais foi melhorar a saúde de alguém. Em vez disso, é um meio de morrer para seu próprio corpo na esperança de se livrar do âmbito físico. Isso supostamente une a pessoa a Brahman, a suprema deidade do hinduísmo.…” (McMAHON, T.A. O engano da salvação pelas obras. Chamada da meia-noite, ago. 2010, ano 41, n.08, p.6).
- As “vãs repetições” também são observadas no judaísmo, todo ele construído sobre a doutrina farisaica, o único grupo religioso a sobreviver após a destruição do templo em Jerusalém em 70. Papel de realce na vida religiosa judaica é o “Sidur”, o “livro de orações”, “…o livro judaico de orações comuns para todos os dias da semana e para o Sabath (…) uma antologia monumental de orações tanto coletivas quanto individuais, aplicáveis a qualquer necessidade religiosa e a qualquer situação no cilco da vida do judeu…” (AUSUBEL, Nathan. Sidur. In: A JUDAICA, v.6, p.797).
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO