Lição 2 - O Corpo — A maravilhosa obra da criação de Deus VI

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ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 2 – O CORPO: A MARAVILHOSA OBRA DA CRIAÇÃO DE DEUS

Nesta lição, veremos com maiores detalhes uma das obras mais sublimes de nosso Criador: o corpo humano. De modo extraordinário, o Senhor formou o homem do pó da terra. O corpo é a estrutura material onde se encontra a alma e o espírito. A Bíblia o classifica também como templo do Espírito Santo e, como tal, precisa ser preservado (l co 3.16). O cuidado com o corpo está além da simples nutrição ou atividade fisica. Cuidar do corpo significa também ter uma vida equilibrada de modo a evitar que os maus comportamentos e pensamentos da natureza humana pecaminosa tornem a predominar sobre o corpo. Ainda que por um tempo haja em nós uma incessante luta entre a carne e o espírito, nosso corpo deve ser apresentado para uma vida que ande no espírito e sirva a Deus com integridade (Gl 5.16).

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

A MARAVILHOSA OBRA DE DEUS

O corpo do homem foi formado por Deus do pó da terra (cf. Gn 2.7), isto é, da mesma terra que temos hoje sob os nossos pés. Através de análise química, sabemos que o corpo humano consiste de vários compostos, como ferro, glicose, sal, carbono, iodo, fósforo, cálcio, etc.

Mensurar a grandeza da estrutura do nosso corpo é impossível. A ciência conseguiu revelar como funciona alguns processos de nossos organismos, contudo, muita coisa ainda não existe nenhuma explicação além da fé. O processo construtivo de nosso corpo ultrapassa a compreensão humana, pois somente uma mente com intelecto que não se pode esquadrinhar tem o poder de criar algo assim, por isso que não existe ninguém como o nosso Deus.

O valor real do corpo está em sua alta finalidade de ser a morada da alma e do espírito do homem (cf. 2 Pe l . 14,15; 2 co 5.1,4; Jó 14.22; 32.8; Zc 12.1). O corpo humano conserva a vida enquanto o espírito e a alma nele permanecem. Quando o espírito (cf. Ec 12.7; Tg 2.26; LC 8.54,55) e a alma (cf. At 20.9, 10; I RS 17.20-22; Gn 35.18) deixam o corpo, este morre. Por ser um produto feito à semelhança de Deus, o corpo não será aniquilado, mas ressuscitará (cf. Jó 19.26). Outra afirmação de importância é que o corpo foi determinado para ser templo do Espírito Santo (cf. I co 6.20).

Como falamos na aula passada, o corpo é o invólucro da alma e do espírito. Por isso precisamos cuidar do nosso corpo para que ele possa cumprir plenamente o seu papel. Muitas pessoas acabam desprezando a grandeza que possui, questionando a construção divina feita com perfeição no jardim.
Isso se dá em função da desconstrução intelectual causada pelo pecado, que afeta o corpo o destruindo. Por causa do pecado, a maravilhosa obra de Deus padece nessa vida, sofrendo mazelas que não foi criado para sofrer.

Destaque

Deus fez o corpo do homem (adam) do pó da terra (adamah). Isso demonstra a estreita relação que há entre a matéria-prima ou básica, o pó da terra, com o produto dela, o corpo humano. Além do grande percentual de água em crianças, pode chegar a mais de 70 0 0, e em adultos fica em torno de 56% da composição do corpo —, a matéria humana tem muitos dos mesmos elementos químicos encontrados na terra, o mesmo pó do qual o homem foi formado.

Graças à ciência, hoje podemos conhecer o corpo humano melhor do que qualquer pessoa do passado, inclusive as que tenham vivido no tempo em que a Bíblia foi escrita. Nos dias atuais, podemos conhecer melhor a grandeza, a perfeição (relativa) e o maravilhoso funcionamento do corpo humano, como obra- prima das mãos de Deus, o Criador maravilhoso e absoluto de todas as coisas.

O CORPO E A GLÓRIA DE DEUS

Devemos olhar para o nosso corpo como uma das manifestações da glória de Deus. Células, moléculas, DNA, intelecto, ossos, músculos; tudo foi criado para que o nome do Senhor fosse glorificado. Contudo, muitos em função de uma narrativa científica ou social têm se deixado desprezar a grandeza de Deus.

O cristão não despreza a ciência, pois a reconhece como uma das manifestações da graça comum; uma capacidade dada por Deus ao homem para investigar, conhecer e produzir meios necessários e úteis para o seu bem-estar. Não somos inimigos da verdadeira ciência e nem a tememos em nada. Quem crê em Deus, contudo, não depende de comprovação científica para maravilhar-se diante da obra do Criador, pois, na sua compreensão espiritual da realidade, vê-se livre de toda especulação e dúvida, tendo o coração cheio de gratidão e louvor.

O verdadeiro cristão entende a grandeza da criação do ser humano. A complexidade do nosso corpo é um motivo para entendermos o poder do nosso Criador. Nenhum ser humano conseguiu, e nem conseguirá, reproduzir algo tão magnífico, pois o corpo é esplêndido e perfeito em sua construção.

Davi louvava a Deus porque a sua alma estava satisfeita com o entendimento que ele obtivera da maravilhosa obra de Deus (SI 139.14). A verdadeira fé produz entendimento e percepção espiritual corretos, gerando quietude interior, mas a falta de reconhecer-se como obra divina deixa o ser humano em crise de identidade. Inquieto e em busca de explicações sobre si mesmo, torna-se vítima dos mais variados enganos.

Destaque

A compreensão do corpo como uma maravilhosa obra das mãos de Deus deve estimular-nos a glorificá-lo com todo o nosso ser, como Davi expressa no Salmo 139 e em tantas outras poesias da sua palavra. Apesar de a Bíblia não ter pretensão alguma de ser uma obra científica como, de fato, não o é todas as suas afirmações podem ser confirmadas pela verdadeira ciência, quando esta consegue alcançar evidências relacionadas ao objeto da revelação escriturística, como é o caso da tecedura do corpo.

O CORPO E A COLETIVIDADE

A Palavra de Deus adverte-nos de que, além da devoção pessoal diária, precisamos apresentar-nos a Deus regularmente no templo tanto quanto possível (Hb 10.24,25). Muitos têm sido seduzidos e enganados pelos falsos discursos dos que criticam a igreja como instituição, sugerindo o cultivo de uma fé individual ou meramente virtual.

O ato de vivermos em coletividade é uma necessidade inata no ser humano. Um ser que se isola não possui alegria verdadeira, pois não fomos criados para ter uma vida solitária. O próprio Deus descia e falava com Adão no jardim, e depois afirmou que ele não deveria estar só.

Entendemos que a vida na igreja tem seus desafios, principalmente no tempo presente. Contudo, precisamos suportar uns aos outros, aprendendo com suas falhas e defeitos e crescendo em maturidade com isso. Porém, muitos têm deixado esse entendimento para viver como um desingrejado em seu lar, justificando sua atitude através de uma espécie de culto "virtual", se podemos assim dizer.

Não podemos permitir que a tecnologia roube nossa atenção e comprometa nosso culto a Deus. Se não fecharmos as portas de nosso corpo para o mundo externo, tão flagrantemente presentes por meio dos aparelhos tecnológicos, deixaremos de oferecer um culto completo e verdadeiro (LV 22.17-25; Mt 6.6, 7). Talvez devêssemos hoje empregar Eclesiastes 5.1 não apenas como "guardar o pé", mas também o celular, quando entrarmos na casa de Deus, pois o sentido do texto é exatamente a necessidade de reverência no ambiente do culto divino.

Destaque

Qual a relação entre corpo e Igreja? Essa reflexão deve começar pelo entendimento de que o individualismo não combina com o sentido mais elementar de Igreja, que, aliás, é um reflexo neotestamentário de um dos propósitos para o qual fomos criados por Deus como seres relacionais, gregários e sociáveis. Isso está explícito na constatação da necessidade de companhia para o homem e na ordem de procriação e enchimento da terra (Gn 1.28; 2.18). Tornar esse aspecto da vontade Deus já superado pode ser uma escolha teológica, porém sem suporte algum nas Escrituras. E preciso compreender, portanto, que te mos necessidades e deveres que vão além de nossa individualidade, os quais iniciam pelo propósito de gerar filhos e constituir família. Se negligenciarmos no âmbito da família, o que poderemos fazer em termos de Igreja?

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA