Adultos

Lição 3 - A natureza dos demônios - agentes da maldade no mundo espiritual V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2019

Adultos - BATALHA ESPIRITUAL - O povo de Deus e a guerracontra as potestades do mal

COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 3 – A NATUREZA DOS DEMÔNIOS - AGENTES DA MALDADE NO MUNDO ESPIRITUAL

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INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre uma das principais doutrinas das Escrituras conhecida como: demonologia, ou seja, o estudo da origem e natureza dos demônios; veremos a organização desses seres no reino das trevas à luz da Bíblia e a sua atuação na esfera humana; ressaltaremos falsos conceitos sobre a origem dos demônios como também a queda do maioral dos demônios; e por fim, pontuaremos o que se é ensinado biblicamente sobre o destino final dos anjos caídos.

I – QUEM SÃO OS DEMÔNIOS

1.1 Significado do termo. No AT há poucas ocorrências do termo demônio (Lv 17.7; Dt 32.17; 2Cr 11.15; Sl 106.37). No NT a designação usual para demônios é: “daimonion”, um diminutivo de “daimon”, e aparece cerca de 46 vezes (Mt 7.22; 8.3; Mc 1.34; Lc 4.41; 8.2,27; etc) (OLIVEIRA, sd, p. 797), A etimologia da palavra deriva de: “doiomai”, que traz a ideia de: “dividir, partilhar” (SILVA, 1997, p. 88), se refere a seres espirituais hostis a Deus e aos homens sendo Belzebu o seu príncipe (Mc 3.22), pelo que os demônios podem ser considerados seus agentes; dessas referências a maior parte delas (16 vezes) estão no Evangelho escrito por Lucas, que sendo médico (Cl 4.14) não só reconheceu a existência como também testemunhou a atuação desses espíritos malignos na esfera humana (Lc 16.1-18) (DOUGLAS, 2006, p. 325 – acréscimo nosso).

1.2 Origem e natureza. Os demônios são os anjos caídos que se rebelaram contra Deus (2Pe 2.4; Jd 6), eles foram criados por Deus e eram originalmente bons e, assim como o ser humano, dotados de livre-arbítrio; porém, sob a direção de Satanás, eles pecaram e rebelaram-se contra Deus, tornando-se maus (Ap 12.9). São identificados nas Escrituras como: “espíritos imundos” (At 8.7) “espíritos malignos” (At 19.12), e, “demônios” (Lc 9.1). Quanto a sua natureza de acordo com as Escrituras eles: (a) são seres espirituais (Mt 8.16; Mc 1.23; 9.17-25; Ef 6.12); (b) possuem intelecto (Mc 1.35,34; 1Tm 4.1-6) 1Jo 4.1-4); (c) emoções, pois estremecem (Tg 2.19), gritam e imploram (Lc 8.28), têm ira (Ap 12.12); (d) possuem vontade (Lc 8.31,32; Jd 6); (e) são malignos (Lc 8.2; At 19.12-13; Ef 6.16); e (f) possuem poder (Mc 5.1-4; At 19.16; Ap 16.13,14). O número de demônios aparentemente é muito alto (Ap 9.13-19), Jesus expulsou sete de Maria Madalena (Mc 16.9; Lc 8.2) e na possessão do gadareno é dito que tinham muitos (Mc 5.9). Eles são espíritos maus desprovidos de corpos, capazes de possuir corpos humanos (Lc 11.24-26) e de animais (Mc 5.12,13).

1.3 Organização hierárquica. Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espiritual influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, fica claro quando lemos as Escrituras (Mt 12.26), como declarou o apóstolo Paulo: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Quatro designações são usadas por Paulo que descrevem diferentes posições desses demônios e o império sobrenatural do mal no qual eles operam (Ef 2.2), entre estas designações estão: (a) principados, do grego “archai”, que quer dizer: “primeiros”, na hierarquia do reino das trevas são os que ocupam posições mais elevadas (Cl 2.15; 1Pe 3.22); (b) potestades o termo usado é: “exousia” que aponta para poderes espirituais; (c) príncipes que significa: “líderes, comandantes, que tem responsabilidades sobre outros”, este termo é usado para designar o príncipe da Pérsia (Dn 10.13), e no NT os fariseus acusaram Jesus de expulsar demônios por Belzebu, “príncipe dos demônios” (Mt 12.24; ver Ef 2.2); e, (d) hostes espirituais, designados pelo termo “skotos”, indicando que vivem na escuridão (Mt 8.12), esses têm o poder de produzir possessão, assenhorando-se das vidas que possuem (BRUNELLI, 20016, p. 433)

1.4 Atuação. Tanto anjos como demônios são vistos em ação na Escrituras. A atuação demoníaca é diversificada, eles: (a) opõem-se ao propósito de Deus (Dn 10.10-14); (b) executam as ordens de Satanás (1Tm 4.1; Ap 16.12-14); e, (c) afligem pessoas causando: insanidade (Mt 8.28; 17.15), mutismo da fala (Mt 9.33; 12.22), cegueira (Mt 12.22), autoagressão (Mc 5.5), paralisia (Lc 13.11) e, surdez (Mc 9.25). O que compete a cada crente é resistir sob o poder e aos ataques do inimigo, equipado com cada peça da armadura de Deus e o poder do Espírito Santo na batalha espiritual (Ef 6.10-17).

II – FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DOS DEMÔNIOS

2.1 Os demônios como resultado da relação com mulheres. Segunda uma teoria antiga, os demônios são frutos do relacionamento sexual entre os filhos de Deus e as filhas dos homens com base na narrativa de Gênesis 6.1-4, sendo esta interpretação chamada de sobrenaturalista, que entendem que a expressão “filhos de Deus” refere-se a anjos, que supostamente atraídos pela beleza feminina, mantiveram relações com mulheres e, dessa relação nasceram seres gigantes “nephilim”, e valentes formando uma geração má; e devido essa geração má teria vindo o dilúvio. Ainda segundo essa teoria, os espíritos daqueles seres, por serem híbridos (semi-humanos e angelicais), quando pereceram pelas águas não foram para o céu nem o inferno, tornaram-se assim em demônios. Essa teoria não tem amparo escriturístico por algumas razões: (a) antes da geração dos filhos de Deus com as filhas dos homens, já haviam gigantes na terra: “Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois” (Gn 6.4-a); (b) os anjos são seres assexuados (que não possui ou parece não possuir vida sexual) (Mt 22.30; Mc 12.25); e c) a expressão “filhos de Deus” refere-se nesse texto aos descendentes de Sete, filho de Adão, visto que eles foram os primeiros a invocar ao Senhor (Gn 4.14), sendo assim como em Deuteronômio 14.1, a expressão filhos de Deus em Gênesis 6, se refira a pessoas pertencentes ao Senhor e não aos anjos.

2.2 Os demônios são espíritos humanos desencarnados. O historiador judeu Flávio Josefo informa que nas escolas teológicas judaicas era ensinado que os demônios, capazes de possuir e de controlar um corpo vivo, são espíritos de mortos partidos deste mundo, especialmente aqueles de caráter vil e de natureza perversa (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2010, p. 47), no entanto, vários pais da igreja entre eles Tertuliano (150 d.C.) e Crisóstomo (407 d.C), combateram esse falso ensino que choca-se frontalmente com os ensinos das Escrituras que mostram claramente que não há divagação dos espíritos dos que morreram, antes diz o escritor aos Hebreus: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27), a Bíblia ainda deixa claro que, os que morrem vão para lugares definidos ainda que diferentes em razão da sua escolha em vida (Lc 16.22-25; Ap 6.9-11).

III – A QUEDA DE LÚCIFER

A Vulgata Latina (tradução da Bíblia para o latim) usa o termo Lúcifer, que quer dizer: “portador de luz”, em lugar de “estrela da manhã” (Is 14.12), daí Lúcifer ter se tornado um dos nomes de Satanás. Ele foi criado perfeito (Ez 28.15) e era “o selo da simetria e a perfeição da sabedoria e da formosura” (Ez 28.12 – TB), mas o seu orgulho levou-o a considerar-se semelhante a Deus: “Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.14; ver 1Tm 3.6). E assim, ele foi expulso do céu: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva!” (Is 14.12). Vejamos ainda algumas informações sobre isso:

3.1 Um fato. No AT há dois textos clássicos que são aceitos pela maioria dos estudiosos como reveladores da origem e da queda de Lúcifer. O primeiro, na ordem aqui utilizada (Ez 28.11-19), enfatiza mais a sua origem, e o segundo (Is 14.12-16) trata mais da sua queda. Embora haja muitas discussões sobre a identidade de Satanás nesses textos, após uma exegese bíblica que considera os aspectos literários da época tais como poesia, figura de retórica própria da literatura hebraica e a duplicidade profética (dupla referência em uma só mensagem), chega-se à conclusão de que, sem sombra de dúvida, ambos os textos fazem menção clara à figura de Satanás, e isso por algumas razões: (a) a Bíblia exalta Daniel por sua sabedoria, integridade e justiça (Ez 14.14), porém o rei de Tiro, é referido como mais sábio do que o profeta (Ez 28.3); (b) que homem no mundo, além do Filho Unigênito de Deus, foi considerado por Ele um ser perfeito? (Ez 28.15), um rei humano de carne e osso e ainda pagão seria assim declarado por Deus? (c) quando Deus quer fazer referência ao início da vida de alguém, se é dito: “desde o dia em que nasceste” (Rt 2.11; Jr 22.26), mas nunca: “desde o dia em que foste criado” (Ez 28.15), isso porque os anjos não nascem e não procriam, eles foram criados um a um; e, (d) esse personagem é chamado de “querubim ungido” (Ez 28.14), categoria angelical mais elevada; nos dando a entender que há uma relação entre o rei de Tiro e Lúcifer que forma um paralelismo, da mesma forma como Daniel identifica Antíoco Epifânio ao homem do pecado, o anticristo (Dn 9.27; 12.11; Mt 24.15; 2Ts 2.3,4) (BRUNELLI, 2016, pp. 439-441 – acréscimo nosso).

3.2 A época e os resultados da queda. Não está revelado na Bíblia o tempo definido da queda de Lúcifer e dos anjos caídos. Ela deve ter ocorrido antes da criação do homem, já que Satanás entrou no jardim personificado em serpente e induzindo Eva a pecar (Gn 3). Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta sendo chamados de “espíritos imundos” (Mt 10.1; Mc 1.27; Lc 11.24-26). Parte deles foram na ocasião lançados em prisão onde estão acorrentados até o dia do julgamento (2Pe 2.4). Os demais permanecem em liberdade e agem temporária e limitadamente, fazendo oposição a igreja, a Israel e ao crente (Ap 12.7-9; Dn 10.12,13,20,21).

IV – O DESTINO FINAL DOS DEMÔNIOS

Sobre o destino desses anjos caídos fica evidente nas Escrituras que estão sentenciados a condenação eterna, pois para eles não há provisão de salvação: “Pois ele, evidentemente, não socorre a anjos, mas socorre a descendência de Abraão” (Hb 2.16 – ARA), visto que Deus em Sua presciência, viu que eles jamais se arrependeriam de seus pecados (1Jo 3.8; Jo 8.44), de modo que o destino final será o lago de fogo e enxofre: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41), alguns deles já estão detidos em prisões: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia” (Jd 6; ver 2Pd 2.4), após o julgamento então estarão definitivamente no lago de fogo (Ap 20.10).

CONCLUSÃO

A existência dos demônios e a sua atuação na esfera humana não pode ser ignorada, devemos está precavidos seguindo as instruções que a Bíblia nos traz, para que, sem receio algum enfrentemos os embates espirituais no nome de Jesus.

REFERÊNCIAS

 CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.

 SILVA, Severino Pedro da. Os Anjos, sua natureza e ofício. CPAD.

 DOUGLAS, J. D. O Novo dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.

 OLIVEIRA, Oséas Gomes. Concordância Bíblica Exaustiva. Vl 01. CENTRAL GOSPEL.

 BRUNELLI, Walter. Teologia para Pentecostais. Vl 02. CENTRAL GOSPEL.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO

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