Lição 2 - Para ouvir e anunciar a Palavra de Deus V

Imprimir

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2018

Adultos - AS PARÁBOLAS DE JESUS: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante

COMENTARISTA: WAGNER TADEU DOS SANTOS GABY

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 2 – PARA OUVIR E ANUNCIAR A PALAVRA DE DEUS

[yt_youtube url="https://www.youtube.com/watch?v=5jt5rfuyttI" width="600" height="400" responsive="yes" autoplay="no" ]

INTRODUÇÃO

Nesta lição estudaremos sobre a “parábola do semeador”; inicialmente veremos algumas informações gerais a respeito dessa comparação contada por Jesus; também destacaremos os elementos principais incluídos nessa passagem e a sua devida explicação; e por fim, notaremos a aplicação dessa parábola no que diz respeito ao anúncio da Palavra de Deus.

I – INFORMAÇÕES SOBRE A PARÁBOLA DO SEMEADOR

Sobre a parábola do semeador é importante destacar que ela não começa com a expressão: “o Reino dos céus é semelhante […]”, pois descreve como o Reino de Deus é chegado, por meio da pregação da Palavra. Notemos ainda algumas considerações sobre esta parábola:

1.1 Classificação. A parábola do semeador faz parte do conjunto de narrativas denominadas de “parábolas do Reino”, ao seu lado estão: (a) a parábola do joio e do trigo (Mt 13.24-30), (b) do grão de mostarda (Mt 13.31-32); (c) do fermento (Mt 13.33); (d) do tesouro escondido (Mt 13.44); (e) da pérola escondida (Mt 13.45,46); e, (f) da rede (Mt 13.47-50). A parábola do semeador tem seu registro nos Evangelhos chamados sinóticos (Mt 13.1-23; Mc 4.1-20; Lc 8.4-15), sendo ela a mais extensa e uma das mais conhecidas das que foram contadas por Jesus. Ela possui também uma outra característica digna de nota, pois também é incluída no grupo das poucas parábolas cuja explicação foi dada pelo próprio Cristo.

1.2 Contexto e sua importância. O cenário para a apresentação desta parábola foi à beira-mar (Mc 4.1), que presume-se seja o Mar da Galileia. Novamente a pressão da multidão obrigou o Senhor a falar ao povo de dentro de um barco um pouco afastado da praia. A importância desta parábola fica subentendida quando Jesus indaga: “[…] não percebeis esta parábola? Como, pois, entendereis todas as parábolas?” (Mc 4.13), por meio dessa expressão o Senhor está dizendo que esta parábola é fundamental para o entendimento das outras. Esta unidade de parábolas (Mc 4.3-32) é básica para se discernir tudo o que está acontecendo no Reino de Deus.

1.3 Propósito. Jesus inicia a parábola dizendo: “Ouvi […]” (Mc 4.3), do mesmo modo finaliza exortando: “[…] Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mc 4.9), ficando claro que Seu propósito, era expor a necessidade da audição atenta dos seus ouvintes, e consequentemente levar as pessoas a reflexão, a fim de que a mensagem pudesse penetrar em seus corações. O verbo ouvir e seus correlatos são usados várias vezes em Marcos 4.1-34. É evidente que Jesus não estava simplesmente se referindo ao ato físico de ouvir, mas sim a ouvir com discernimento espiritual. O ouvir a Palavra de Deus significa entendê-la e obedecer ao que ela diz (Tg 1.22-25).

II – ELEMENTOS PRINCIPAIS DA PARÁBOLA E A SUA EXPLICAÇÃO

Em resposta à pergunta dos discípulos (Mc 4.10), Jesus interpreta a parábola dos solos, acentuando desse modo sua importância como chave para a compreensão de qualquer outra parábola (Mc 4.13). Sua explicação é relevante para aqueles que o ouviram naquele tempo e para nós hoje. Vejamos:

2.1 O semeador (Mc 4.3). Diferente da parábola do joio e do trigo onde Cristo se identifica claramente como o semeador (Mc 4.37), Jesus não identifica o semeador nesta parábola em apreço. O ponto de partida da interpretação acerca de quem era o semeador tem um caráter particular, porque indica subjetivamente o próprio Cristo como o semeador. Todavia, essa característica particular da interpretação não impede que se dê um sentido genérico aos cristãos como semeadores (Jo 4.35-38). Não acrescenta nem fere os princípios hermenêuticos que regem a interpretação dessa parábola. Sendo assim, qualquer um que semeie a Palavra está incluído na figura do semeador (1Co 3.5-9; 9.11).

2.2 A semente (Mc 4.4-a). A semente é identificada como: “[…] a palavra de Deus” (Lc 8.11). Em Mateus 13.19 é chamada de palavra do Reino, isto é, a palavra poderosa que rege o Reino de Deus. Esse termo ainda é utilizado com referência aos ensinamentos de Jesus (cf. Mc 2.2; 8.38; 13.31). Por que comparar a Palavra de Deus a semente? Porque a palavra é: “[…] viva e eficaz […]” (Hb 4.12), uma semente incorruptível (1Pe 1.23), que produz frutos nos que a recebe (Cl 1.5,6; Hb 4.2).

2.3 Tipos de solos (Mc 4.5). Para cada parábola, Cristo tinha uma lição especial, e na parábola do semeador deixou-nos uma das mais extraordinárias lições sobre os tipos distintos de corações (solos, terrenos), os quais recebem a semeadura.

Vejamos:

2.3.1 À beira do caminho (Mc 4.4 – ARA). Esse tipo de solo representa pessoas que, embora se diga: “[…] tendo eles a ouvido (Mc 4.15) ou seja, a mensagem do Reino, “[…] não a compreendem” (Mt 13.19 – ARA), sendo vulneráveis ao ataque do diabo tipificado pelas aves na parábola (Lc 8.5), cuja ação nesse caso, é tirar-lhes do coração a palavra semeada, para que não creiam e sejam salvos (Lc 8.12).

2.3.2 Entre os pedregais (Mc 4.5). Em lugares pedregosos a semente germina mais rápido, pois a terra é pouco profunda e absorve mais o calor do sol, contudo, essa mesma falta de profundidade a impede de lançar raízes firmes (Mt 13.5). Esse tipo de terreno refere-se a uma classe de ouvintes, que: “[…] ouvindo a palavra, logo com prazer a recebem” (Mc 4.16) porém, “[…] creem apenas por algum tempo” (Lc 8.13), não perseveram na fé em Cristo e diante das provações desta vida, por não terem raízes (Mc 4.17), o resultado é que: “[…] se desviam” (Lc 8.13).

2.3.3 Entre os espinhos (Mc 4.7). O terceiro tipo compreende aqueles que: “[…] ouvem a palavra” (Mc 4.18); mas apesar disso: “os cuidados do mundo, a fascinação das riquezas e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra, ficando ela infrutífera (Mc 4.19 – ARA). O materialismo e o mundanismo são ameaças a vida de cada cristão (1Tm 6.10; Tg 4.4; 1Jo 2.15,16), e foi a causa da morte espiritual de muitos, como por exemplo: (a) o jovem rico (Mc 10.17-24); (b) Judas Iscariotes (Jo 12.6; Mt 22.3-5); (c) Ananias e Safira (At 5.1-11); (d) Simão o mágico (At 8.9-13,18-24); (e) Demas (2Tm 4.10), servindo de exortação para os crentes da atualidade para que não caim no mesmo erro (Mt 6.24).

2.3.4 Em boa terra (Mc 4.8). Esse último solo é o reverso dos outros três. Por isso, a semente lança raízes, não perde facilmente a umidade, e então a seiva e a energia dão vida à planta que, subsequentemente, cresce e frutifica. Esse terreno, diz respeito ao que: “[…] ouve e compreende a palavra” (Mt 13.23), e ainda, “[…] de bom e reto coração, retêm a palavra e produzem frutos com perseverança” (Lc 8.15), e de maneira diversificada: “[…] a trinta, sessenta e a cem por um” (Mc 4.20) (ver Jo 15.2,5,8).

III – LIÇÕES PRÁTICAS QUANTO AO ANÚNCIO DA PALAVRA DE DEUS

A proclamação do evangelho é uma tarefa de muita importância dada a Igreja do Senhor (At 1.8). O apóstolo Pedro lembra que a experiência de salvação resulta entre outras coisas, no dever de anunciar as virtudes de Deus (1Pe 2.9). Encontramos nas Escrituras que, após a sua ressurreição Cristo exorta sobre a necessidade da pregação das boas novas a todas as pessoas (Mc 16.15), e quanto a essa tarefa podemos destacar através da parábola do semeador algumas verdades:

3.1 A imparcialidade no anúncio da mensagem. Uma das importantes lições extraídas dessa parábola, é a dedicação e fidelidade do semeador diante dos diversos tipos de solo existentes e os resultados negativos, que não o fizeram desanimar, como também não alterar o uso da semente em sua sementeira; ou seja, ele não usou tipos diferentes de sementes, ou mesmo deixou de semear mesmo sabendo da possibilidade de ela não vir a frutificar devido ao solo. Na grande Comissão Cristo ensinou de que a mensagem do evangelho deve ser pregada e ensinada a todos (Mt 28.19,20; Mc 16.15), visto que Ele não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11), e dar a todos igualmente a oportunidade de ouvir e de crer na mensagem de salvação (Tt 2.11; Jo 1.7; Ef 1.13;). As Escrituras exortam quanto a fidelidade dos semeadores (1Co 4.1,2), e da sua incorrupção quanto a pregação (At 20.20,27; 1Co 2.4; 1Ts 1.5), não falsificando o alimento da palavra (1Pe 2.2).

3.2 A oposição ao anúncio da mensagem. Devido ao poder que a Palavra tem e o que ela pode fazer na vida de quem a recebe (Rm 1.16; 10.17), Satanás se opõe a pregação do evangelho com o objetivo de impedir que as pessoas sejam salvas (At 13.6-10); diz o apóstolo Paulo: “[…] o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4), e em muitos casos usa de meios naturais, como leis e ideologias humanas para que o nome de Cristo não seja anunciado (At 4.2,17,18).

3.3 A possibilidade de rejeição à mensagem. A vontade de Deus é que todos sejam salvos e venham ao pleno conhecimento da verdade (1Tm 2.4), no entanto o relato bíblico e a experiência prática mostram que nem todos de fato o serão (Mt 7.13), e isso devido à resistência de alguns a ação do Espírito Santo em suas vidas (Jo 16.8; At 7.51), de modo que a culpa não é do semeador nem da semente, o problema é a natureza do solo, o coração humano que não se sujeita a Deus, não se arrepende nem recebe a Palavra, portanto, não é salvo (Mt 23.37; Lc 7.30; Jo 1.11; 5.40; Hb 12.25). A Bíblia é clara sobre a resistência a Cristo e a Sua mensagem quando diz: que Janes e Jambres “resistiram à verdade” (2Tm 3.8), que “nem todos os israelitas aceitaram as boas novas” (Rm 10.16), que alguns “suprimem a verdade pela injustiça” (Rm 1.18), e que os judeus de Antioquia “rejeitaram e não se julgaram dignos da vida eterna” (At 13.46; ver At 17.32).

3.4 A responsabilidade humana na aceitação da mensagem. Um fato que todo o que semeia a Palavra precisa considerar, é que o resultado da semeadura não é de sua competência, ou seja, nessa parábola fica evidente que os resultados têm a ver com a aceitação de cada pessoa à mensagem do evangelho (Ez 2.5,7). A Palavra de Deus trará fruto na vida de um ouvinte ou não, isso depende apenas da condição do coração de cada pessoa. Como resultado dessa aceitação surge a frutificação: “[…] os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um a trinta, outro a sessenta, outro a cem, por um” (Mc 4.20). O fruto é a prova da verdadeira salvação (Mt 7.16), e inclui santidade (Rm 6.22), caráter cristão (Gl 5.22,23), prática de boas obras (Cl 1.10), testemunho cristão (Rm 1.13), disposição de compartilhar os bens (Rm 15.25-28) e louvor a Deus (Hb 13.15).

CONCLUSÃO

Fica evidente por meio desta parábola que é nosso dever prioritário semear a Palavra de Deus, utilizando os meios necessários, em tempo e fora de tempo (2Tm 4.2), só assim o Reino de Deus se expandirá, pois o Senhor dá semente a quem semeia (2Co 9.10), com vistas a salvação das almas.

REFERÊNCIAS

 CABRAL, Elienai. Parábolas de Jesus: advertências para os dias atuais. CPAD.

 HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO